180, 181 (catarse) letra

Há cento e oitenta dias
Num sono profundo
Profundamente em paz
Não de quem dorme
Nem de quem morre
Mas apenas está

Apenas está uma das metades
Num descanso horizontal
E a outra metade
Numa ausência mortal

Há cento e oitenta dias
Que me chamam de vegetal
Há cento e oitenta dias
Com a merda do cheiro a hospital

À minha volta a dor
Daqueles que por amor
Não perdem a esperança
Como a de uma criança
Que à lua quer chegar

Há cento e oitenta dias a hibernar
Valerá a pena despertar
A realidade terei de enfrentar
A realidade de quem acabou de matar

Apaguem as máquinas
Arranquem os fios
Assim como eu arranquei
A minha própria vida

Não carregarei nos ombros
O peso duma alma perdida

Apaguem as máquinas
Arranquem os fios
E neste último dia serei um cobarde
Um cobarde que teve o que merecia

Apaguem as máquinas
Arranquem os fios

Apaguem as máquinas
Arranquem os fios

Há cento e oitenta dias a hibernar
Valerá a pena despertar?
A realidade terei de enfrentar
A realidade de quem acabou de matar

Salvador Sobral - Letras

• 180, 181 (catarse)
• A Day Of Sun
• After You've Gone
• Amar Pelos Dois
• Amor a Capela
• Anda Estragar-me Os Planos
• Aplauso Dentro
• Autumm in New York
• Ay Amor
• Beach Prision
• Benjamin
• Bom Vento
• Cançao Para a Aïda
• Canción Vieja
• Cerca Del Mar
• Change
• De La Mano de Tu Voz (part. Silvana Estrada)
• El Regalo Que Me Hiciste
• Ela Disse-me Assim
• Estrada Dividida
• Excuse Me
• Fui ver meu amor (part. Luísa Sobral)
• Glow
• Grandes Ilusiones
• I Might Just Stay Away
• Isso e Aquilo
• La Souffleuse
• Mano a Mano
• mar de memórias
• Medo de Estimação
• Nada Que Esperar
• Nem Eu
• Páginas Soltas
• Paint The Town
• París, Tokyo II
• Pedra Quente
• Playing With The Wind
• porque canto
• Presságio
• Prometo Não Prometer
• Ready For Love Again
• Sangue do meu sangue
• Se de Mim Precisarem
• Sem Voz
• Só Eu Sei
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• That Old Waltz
• Tristeza Dos Dois